A Fotografia na Parede"

A Fotografia na Parede"

Assim que entrei no apartamento, o aroma familiar de lavanda e café fresco me envolveu. Era como voltar no tempo. Cada detalhe — as pilhas de livros, o tapete antigo, as cortinas azul-claras — ressoava como um eco silencioso da vida que compartilhamos.

Então eu vi.

Na parede da sala, acima do pequeno sofá de veludo, havia uma fotografia emoldurada. A imagem me paralisou.

Uma criança. Uma criança de olhos castanhos, cabelos escuros e um sorriso doce. Não devia ter mais de quatro anos. Em seus braços, Althea sorria para a câmera com aquele brilho nos olhos que eu não via há mais de cinco anos.

Mas o que me deixou sem fôlego não foi a imagem em si. Foi aquele detalhe sutil e devastador: aquela criança… tinha o meu sorriso.

"Quem é ele?", perguntei, com um nó na garganta.

Althea desviou o olhar e respirou fundo.

"É o Daniel."

"Seu filho?"

Ela assentiu, sem conseguir me encarar.

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